“Somos o que fazemos repetidamente. Por isso, o mérito não está na ação e sim no hábito." ( Aristóteles )


domingo, 30 de dezembro de 2012

QUE VENHA 2013

E que venha 2013 com saúde, superação, capacidade de renovação, alegrias, conquistas, gratidão, positividade, tranquilidade, equilíbrio, paciência, resiliência, amor, fé, sorte...e tudo que torna o ser humano mais completo, humano e  verdadeiramente  feliz.


Obrigada a todos que estiveram comigo na vida e no blog em 2012 e que estejamos juntos em 2013, com laços ainda mais fortalecidos. Um grande abraço, até ano que vem...que tá logo ali...

Uma entrevista pra ler com calma e refletir a vida, com o monge Dom Laurence Freeman, da revista Bons fluídos. Boa leitura!

Monge ensina a ter um ano tranquilo
01-dom-laurence-freeman-monge-meditacaoO monge beneditino Dom Laurence Freeman nos ensina como alimentar o espírito no cotidiano. É assim que revolucionamos nossa vida.

Chegamos ao fim do ano exaustos. Muito trabalho, pouco tempo para tantas atividades e compromissos, energia completamente esgotada. Esse é o retrato da maioria de nós, que, ainda assim, precisa se recuperar rapidamente para ganhar força suficiente para começar um novo ciclo com disposição. Por isso, o diretor-presidente da Comunidade Mundial de Meditação Cristã, dom Laurence Freeman, monge beneditino inglês que há 20 anos dá retiros no Brasil, sugere um balanço e uma autoavaliação entre o final de 2012 e o começo de 2013. E, depois dessa reflexão, uma lista de ações que possam mudar nossa existência de uma maneira mais essencial e profunda na direção de uma maior realização emocional e espiritual. Acompanhe aqui o que ele nos tem a dizer. E no final da entrevista, saiba como é a meditação na tradição cristã.

BONS FLUIDOS: O que mais nos esgota na vida moderna? O que nos falta para ganhar mais força e energia para enfrentar um novo ano com disposição?

DOM LAURENCE FREEMAN: O que mais falta ao ser humano hoje em dia é o silêncio. Temos uma vida agitada demais, ruidosa demais, movimentada demais. Não paramos nunca, não conseguimos ficar quietos e temos dificuldades em deter esse fluxo ininterrupto de atividades. É assim que nos esgotamos tão rapidamente. Não percebemos que perdemos a experiência do silêncio, e que isso é vital para a nossa vida emocional e espiritual. Então, a primeira coisa a fazer é conseguir abrir um espaço de paz e calma em nossa vida. Isso nos alimenta e reequilibra.

BF: E como conseguir fazer isso?

DLF: O caminho mais fácil para isso é reservar 30 minutos para a meditação diariamente. Pode ser de manhã ou à noite, uma ou duas vezes por dia. É o suficiente. Porém, como é desafiante manter essa disciplina sozinho, sugiro que a pessoa se conecte a um grupo de meditação e se reúna com ele pelo menos uma vez por semana. O grupo nos ajuda a manter a disciplina. E ali também poderemos encontrar novos amigos e momentos de alegria. A amizade profunda é outra coisa que falta no mundo de hoje.

BF: O que mais alimentaria nossa força espiritual durante o ano que se inicia?

DLF: Sugiro acrescentar mais dois momentos importantes nos próximos 12 meses: um retiro espiritual, de uma semana a 15 dias e uma peregrinação a um lugar sagrado. O retiro nos faz alcançar profundidade muito mais rápido e nos traz inúmeros benefícios. Uma viagem espiritual para um destino associado à paz, ao silêncio e à natureza, enfim, um lugar sagrado, também pode nos dar poderosos insights de compreensão. Me lembro do dalai-lama dizer que fez uma visita a Lourdes, e que de numa manhã cedinho foi para a gruta, onde teve uma poderosa experiência espiritual. Uma peregrinação é,simbolicamente, uma viagem interior da alma. E é uma grande alavanca para o espírito.

BF: O começo do ano é geralmente dedicado a momentos de purificação e desintoxicação. Como podemos iniciar esse período de uma forma mais espiritual?

DLF: Podemos começar com um balanço pessoal, uma autoavaliação, que pode ser feita, por exemplo, na tarde do primeiro dia do ano, ou em algum dia durante o mês de janeiro. Vamos reservar esse período só para nós, sem a interferência de elementos externos como TV, internet ou telefone. A ideia é colocar no papel como avaliamos nossa vida no momento atual. Poderemos listar algumas áreas, como família, amigos, trabalho, lazer ou prática espiritual, e ver se estão recebendo a devida atenção. É importante registrar essas reflexões, não só pensar a respeito. Na verdade, o que vai ser revelado é a maneira como organizamos nosso tempo e quais são nossas prioridades. Com isso, podemos diagnosticar sérios desequilíbrios e assim corrigir a rota, escolhendo outras prioridades. Isso permite fazer uma lista com as ações a realizar, e não só um apanhado de desejos descompromissados.

BF: A confissão é outro modo de purificar-se, segundo a Igreja Católica. Como isso pode ser feito? Qual a diferença entre o arrependimento e a culpa?

DLF: Boa pergunta. Confessamos quando percebemos que agimos de uma maneira que consideramos errada. A partir disso, podemos nos arrepender, e isso é importante. A palavra grega para arrependimento é metanoia, mudança de pensamento, ou de direção. É a palavra que Jesus usava. Erramos e, com base nessa consciência, mudamos de rumo para não repetir mais esse erro. Sem culpas. Isso é o mais saudável. A culpa nos prende ao passado, nos escraviza, e não nos leva a nada de bom. Ela está na origem de muitas doenças mentais, inclusive. Na verdade, a culpa e o perfeccionismo são as duas maiores doenças da alma. Precisamos entender que não somos perfeitos, que erramos, que podemos nos arrepender e que podemos mudar de caminho. Mas é só isso. Não precisamos nos deixar aprisionar pela culpa. Hoje, dentro da Igreja Católica, se fazem confissões em grupo, comunitárias. Isso é muito bom, não estamos assim na solidão neurótica do ego, mas numa comunidade que tem uma humanidade em comum e que vai refletir sobre ela. Confessar não é apenas fazer uma listinha de pecados, pedir perdão ao sacerdote e ir pecar de novo. Hoje em dia, a terapia e o aconselhamento espiritual também nos ajudam a compreender por que escolhemos determinado caminho e como podemos mudá-lo. A confissão é um sacramento, e eu acredito nisso. Mas temos de entender melhor o que ela significa.

BF: Estar sempre no papel de vítima também nos aprisiona?

DLF: Sim. A vítima não faz nada para ultrapassar a realidade em que se sentiu como vítima, e se acomoda nesse papel imobilizante. Para acabar com esse círculo de sofrimento, é preciso ultrapassar o passado, mudar o olhar para vida e saber perdoar. Não é esquecer, mas perdoar.

BF: E o que é perdoar realmente? Compreender o motivo por que alguém fez determinada ação contra nós?

DLF: Não. Compreender ainda está dentro da esfera mental. E para perdoar verdadeiramente temos de estar inteiros, com coração, mente e espírito. É algo mais profundo e abarcante, que toma conta de todo o ser. O perdão é integral.

BF: Em resumo, manter uma prática espiritual cotidiana, estar com o coração aliviado pelo perdão e livre de culpas e acusações desnecessárias nos ajuda a começar o ano de uma força mais positiva?

DLF: Meditar é revolucionário. Todo nosso olhar para a vida muda. É a maneira mais fácil, simples e barata de começar e terminar o ano com mais força, coragem, alegria e serenidade. O resto pode vir como acréscimo.

Como meditar dentro da tradição cristã

Sente-se de uma maneira confortável, com a coluna ereta e procure permanecer imóvel. Feche levemente os olhos. Fique relaxado, mas atento. Em silêncio, comece a repetir interiormente uma única palavra, a palavra-oração Maranatha (que quer dizer Vinde, ó Senhor). Recite-a calmamente em quatro sílabas de igual duração (ma-ra-na-tha). Escute continuamente o som da palavra à medida em que o pronuncia. Tente não pensar, nem imaginar nada, nem de ordem espiritual, nem de qualquer outra ordem. Pensamentos e imagens provavelmente virão à mente, mas, deixe-os passar. Simplesmente retorne a atenção à repetição da palavra Maranatha, do início ao fim de sua meditação. Depois de meia hora, abra os olhos com suavidade.

Um pouco mais sobre a trajetória de Dom Laurence Freeman

Os gestos tranquilos, o olhar transparente e a voz firme e suave mostram um homem em paz consigo mesmo. O inglês Laurence Freeman, 61 anos, hoje um monge da ordem dos beneditinos, estudou Literatura Inglesa na Universidade de Oxford e foi jornalista especializado em assuntos internacionais quando jovem na Inglaterra. Porém, ao encontrar com o seu mestre espiritual, o monge e ex-diplomata inglês John Main, sua vida mudou para sempre. Com ele, o jovem Laurence passou a meditar como os antigos padres do deserto, eremitas que viveram cerca de 300 a 400 anos depois de Cristo nas areias do deserto de Nítria, no Egito. Essa tradição contemplativa foi redescoberta e recuperada pelo seu mestre, que procurava dentro da tradição cristã uma prática espiritual equivalente à meditação feita nos países do Oriente. John Main serviu como diplomata durante vários anos em países asiáticos e tinha certeza que no cristianismo primitivo haviam práticas contemplativas semelhantes à meditação praticada em religiões orientais, especialmente o budismo. Hoje, a Comunidade Mundial de Meditação Cristã, criada por dom Laurence em 1980, já existe em mais de 100 países. Atualmente, a entidade também mantém grupos que ensinam meditação para crianças e estudantes. Dom Laurence tem uma forte atividade ecumênica com diferentes grupos religiosos e se reúne em encontros especiais com Sua Santidade, o dalai-lama (sobre ele, escreveu o livro O dalai-lama fala de Jesus). É um homem abrasado pelo amor a Deus, e um grande exemplo de bondade amorosa dedicada aos seres humanos.

7 comentários:

  1. Margareta Feliz año nuevo para ti junto a tus seres queridos
    cariños
    Angelica

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    Respostas
    1. Muito obrigada Angelica!
      Um grande ano de 2013, pra você e toda sua grande e maravilhosa família também, Beijos!

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  2. Marga,

    Como você está linda, irradiando alegria nessa foto!!!

    Adorei seus bons desejos, que assim seja!!!

    Amei as dicas desse sábio homem!!

    Estou aqui rindo, pois nunca iria adivinhar sobre as camisetas...hehehe...sou de São Paulo, menina, se fosse camisetas do Palmeiras (meu time ou Corinthians...hehehehe....)mas, agora já conheci!!

    Querida, adorei te encontrar em 2012, desejo a você e à sua família linda, muita saúde, prosperidade, bons pensamentos, abundância e amor!!

    Sim , e que continuemos juntinhas, mesmo que virtual, mas, com o coração bem pertinho!!

    beijinhos,

    Lígia e turminha

    ★。\|/。★
    Feliz Ano Novo!
    ★。/|\。★

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    Respostas
    1. Lígia, o time dos meus três filhos, fora do circuíto de Criciúma também é o Palmeiras...heheh.

      Amei te conhecer também. Esse mundo virtual diminui fronteiras e nos reserva ótimos encontros e afinidades.
      Como escrevi, desejo que nossos laços se estreitem sempre mais.
      Beijo 2013 com todo meu carinho!

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  3. Obrigada Aida. Desejo um grande ano pra você e seu blog também, com maravilhosos " encontros " virtuais ou não. Beijos!

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  4. Margarete, adoro estas tuas postagens, e sempre volto para reler...
    Preciso urgentemente cuidar do espírito. decidi ser mais feliz, este ano. mas sei que preciso abrandar meu temperamento, ouvir mais, ser mais complacente. é a minha maior meta para 2013, ser uma pessoa melhor. sei que só posso ser feliz, se não causar infelicidades ao meu redor. e o meu jeito de ser, tem gerado conflitos desnecessários...

    bjs

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    Respostas
    1. Oi Lia Glória!!!
      Muito bom receber suas visitas e ler seus comentários.
      A decisão de mudar o que nos incomoda é o primeiro passo pra ação em si. Mudar nunca é fácil, mas o exercício constante vai transformando pouco a pouco até o novo se tornar hábito. Vá em frente!
      Um beijo super carinhoso!

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